Deslocar de forma eficiente e com menor dispêndio energético o peso do nosso corpo, tem de ser o desígnio de qualquer treinador e corredor. Um atleta que melhore a forma como empurra o solo, será capaz de correr mais rápido, com menor fadiga ao longo da distância de treino ou de competição, ou por outro lado, de correr à mesma velocidade com melhor conforto. Mesmo para os que não procuram melhoria de rendimento na corrida, a realização deste tipo de trabalho poderá assegurar uma corrida mais confortável especialmente em eventos de corrida de maior distância.

Não é necessário complicar a realização de treinos com estas características, pois um trabalho simples de baixo impacto, realizado de forma regular pode permitir uma excelente evolução na corrida. O mais importante estará centrado na forma como se realizam os exercícios em detrimento da quantidade ou mesmo da dificuldade dos saltos.

É nesta perspectiva que alertamos para dois cuidados básicos para quem quiser realizar este tipo de treinos: (i) Procurar as formas mais simples de treino de saltos, como por exemplo, saltar à corda; (ii) Pedir apoio técnico de qualidade para adicionar este tipo de exercícios ao seu processo de treino. Este segundo aspeto é decisivo! Estes exercícios por terem mais impacto quando do contacto no solo, exigem uma excelente realização, de modo a evitar lesões e permitir que os ganhos sejam realmente positivos. Infelizmente, lidamos por vezes com praticantes que realizam de forma muito penalizante este tipo de trabalho, recebendo mais efeitos negativos do que positivos. Por isso, este tipo de trabalho é muitas vezes classificado como negativo e indutor de lesões... Porque simplesmente não é feito com cuidados técnicos elevados, de forma progressiva e bem estruturado ao longo de uma época desportiva ou mesmo dentro do microciclo semanal de treino.

Este é um trabalho que faz parte das nossas rotinas semanais de treino, tanto nos nossos praticantes run2win, como nos que se envolvem connosco no projeto run2improve. As diferenças entre estres grupos são enormes neste tipo de trabalho. Tratam-se de dois tipos de corredores bem distintos, com realidades de treino que exigem cuidados diferenciados. Pensarmos todos que somos de alto nível e capazes de fazer tudo sozinhos é correr riscos desnecessários, indutores de lesão ou de pouca ou nenhuma evolução na corrida.